A IREN, uma das maiores mineradoras de Bitcoin do mundo, divulgou resultados históricos no último trimestre, com receita de US$ 187,3 milhões — um avanço de 226% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho ajudou a companhia a registrar US$ 501 milhões em faturamento anual, o maior da sua história, e impulsionou suas ações em quase 14% no after-market nesta quinta-feira (29).
O relatório da empresa mostrou ainda um retorno à lucratividade, com US$ 176,9 milhões de lucro líquido no trimestre encerrado em 30 de junho.
Mineração de BTC segue forte, mas foco cresce em Inteligência Artificial
O crescimento foi impulsionado pelo avanço da mineração de Bitcoin, mas a empresa também acelerou sua estratégia no setor de inteligência artificial (IA). A IREN foi nomeada “Preferred Partner” da Nvidia, garantindo acesso privilegiado a GPUs da gigante de tecnologia.
A companhia expandiu seu parque de GPUs em 132% em um ano, alcançando 1.900 unidades, utilizadas para aluguel de poder computacional em tarefas de machine learning, treinamento de LLMs e aplicações corporativas de alto desempenho.
O plano agora é investir mais US$ 200 milhões para elevar esse número para 10.900 GPUs até dezembro, com projeção de gerar entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões em receita anualizada com IA — até dez vezes mais que os atuais ganhos mensais de cerca de US$ 25 milhões.
No longo prazo, a IREN pretende instalar 60 mil GPUs Blackwell da Nvidia em seu centro de dados no Canadá.
Liderança em mineração
Em julho, a IREN superou a rival MARA Holdings em produção de BTC, com 728 bitcoins minerados contra 703 da concorrente. A companhia também atingiu a marca de 50 EH/s em capacidade instalada, mas suspendeu novos projetos de mineração para priorizar sua expansão em IA.
Virada após críticas
O desempenho atual contrasta com 2024, quando a firma de análise Culper Research classificou a IREN como “supervalorizada” e insuficiente para competir em IA. Na época, suas ações chegaram a cair de US$ 12,31 para US$ 5,59 em abril deste ano. Desde então, porém, os papéis se recuperaram com força, acumulando uma valorização de mais de 312% em quatro meses.
Além disso, a mineradora encerrou recentemente uma disputa judicial de três anos com a NYDIG, envolvendo US$ 105 milhões em empréstimos inadimplentes para compra de equipamentos de mineração. O acordo foi fechado de forma confidencial.